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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sensação


Noite desolada em que me encontro,
Perdido sem a solução, que me é indiferente,
Abismo sem fim! Nítida é sua imponência
O silêncio me cerca, sufocando-me com seu vazio físico,
Sobre a mesa uma vela,
Trazendo-me a libertação do meu mal sem lógica,
Apenas ela me distrai, com sua sombra e cor, projetada no abismo da escuridão acinzentado, sem nuvem alguma,
Fixamente encara o cansaço do vento que a penteia,
Seu corpo branco remete ao bem, bem que me torna bom e lúcido,
Protegendo-me dos traumas humanos,
Porém, matéria ela é,
Seu bem é passageiro, forasteiro, sem rodeio, certeiro, sem ela me torna o devaneio,
Quero ser liberto!
Meu pulmão se enche de ar,
Células de coragem me tomam, e restrinjo e a vela de suas funções,
Luz, já não há,
Cor, apenas o cinza da Lua, que invade minha janela,
Medo, seu mal é passageiro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É a Verônica



Irônica Verônica,
Menina que mata, fita, encanta e ilude, pois não vive,
Debruço-me sobre teus complexos olhos acastanhados,
Onde não há ilusão, engano ou clareza,
Sobre teu cabelo passo os dedos da imperfeição,
Sua delicadeza é como o Sol, incandescente, porém indecente,
Me perco no teu sorriso, sorriso esse que é simples,
Ora! O simples às vezes é tudo,
Biônica Verônica,
Lê o íntimo da alma,
Como as páginas do gigante e exaustivo livro existencialista chamado “Vida”,
Verônica que ama, odeia, chora, sorri, luta e reluta conta si mesma,
Devaneio de muitos, desejo de todos, Mulher desenhada,
Bip, Bip, Bip, Bip, Bip,...
Droga de despertador!
Doce sonho,
Ilusória Verônica.

E eu alí !


Noite de Chuva,
Olho pela Janela e vejo a curva desenhada pelas gotículas na vidraça,
Ao fundo o piano ao som de “Blues”,
Ninguém sai, ninguém entra, ninguém ouve, ninguém sente, ninguém canta, ninguém toca,
Apenas a chuva impõe sua soberania sobre o telhado,
Assim como o grito da alma, que grita a tua consciência e nos remete ao obscuro eu,
Veias correndo, coração pulsando, o lado escuro dos meus olhos observa e os ouve,
O compasso ritmado da melódica chuva de verão não condiz com a orquestra da carcaça humana,
Regresso a janela e a forasteira chuva passa,
Passa como o tempo, que nunca passa!
Apenas a vida acontece,
Apenas a alma padece,
Apenas o dia anoitece,
E eu ali na janela, esperando o meu relógio mudar o destino, e ordenar tudo novamente.




Jefferson Eduardo – 21/12/2009